A Direcção da Organização Regional de Évora do PCP promoveu o debate “Não Queremos Ficar a Ver Passar os Comboios”, no dia 16 de Fevereiro, em Alandroal. Participaram na sessão Carlos Reforço, presidente da Assembleia Municipal de Évora, Francisco Asseiceiro, da Comissão Económica junto do Comité Central do PCP e João Oliveira, membro da Comissão Política do PCP, numa sessão que contou com a presença de população e autarcas do distrito de Évora.
Carlos Reforço abordou, entre outras, a evolução da rede ferroviária portuguesa e aspectos técnicos e seu reflexo no “lento processo de adequação aos requisitos de ligação à rede ferroviária europeia, passando pelo desmantelamento da CP, em consequência das opções políticas de vários governos”. Referiu também que “a não existir um cais para carga de mercadorias, em Alandroal, as estradas ficarão rapidamente danificadas com o transporte de mercadorias para outro cais de embarque”, tendo afirmado ainda que “se justifica a exigência de um comboio de passageiros, para além do transporte de mercadorias”.
Francisco Asseiceiro salientou, sobretudo, que não estar prevista uma paragem em Alandroal “é uma marca da política de direita que apenas quer ligar o porto de Sines à fronteira e à Europa” e assim “esquecer o interior e o seu despovoamento, não querer que a zona dos mármores se desenvolva e combater os factores de sustentabilidade local”.
João Oliveira na intervenção de encerramento da sessão referiu que “esteve investimento que vai ser feito na ligação Sines-Caia pode ser transformado num factor de desenvolvimento da região se forem tidas em conta as suas várias vertentes. Não apenas o transporte de mercadorias mas também o de passageiros, no aproveitamento dos recursos da região, desde as escombreiras que se podem utilizar na construção do próprio balastro e no apoio ao sector produtivo e à mobilidade das populações”. Sobre os locais onde devem ser criadas paragens do comboio João Oliveira afirmou que “há três pólos que devem ser considerados com as soluções técnicas adequadas, na versão cais ou estação, que garantam a carga e descarga de mercadorias e que são Vendas Novas, Évora e Zona dos Mármores”.
Acrescentou que “a indústria, as rochas ornamentais, a produção agrícola, agropecuária e industrial e silvícola devem estar consideradas na infraestrutura”, admitindo que, no imediato, que “o projecto possa não ser construído na sua plenitude, mas ficando claramente definidas as suas componentes”. A finalizar disse que o PCP, “tendo também em conta os contributos desta sessão certamente vai realizar uma iniciativa parlamentar com o objectivo de que seja aprovada esta infraestrutura com as características que foram aqui apontadas”.